'Não tenho coragem de vender', diz produtor que cria 400 tartarugas no AC


'Não tenho coragem de vender', diz 




produtor que cria 400 tartarugas no AC



Tartarugas são tratadas como animais de estimação. 
Raimundo se dedica também à criação de pescado em Cruzeiro do Sul.

Francisco RochaDo G1 AC
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Tartarugas de Cruzeiro do Sul (Foto: Francisco Rocha/G1)Tartarugas vivem em açude de propriedade de Raimundo (Foto: Francisco Rocha/G1)
Fascinado pela natureza, o piscicultor Raimundo Carlos de Oliveira, dedica seu tempo há 18 anos para cuidar do que ele mais gosta: a criação de quelônios e pescado. Oliveira é pioneiro emCruzeiro do Sul (AC) na área da piscicultura e na reprodução de peixes. Mas o principal xodó do piscicultor são as 400 tartarugas que vivem em um açude em frente sua residência.
Tartarugas de Cruzeiro do Sul (Foto: Francisco Rocha/G1)Tartarugas se 'exibem' quando donos aparecem (Foto: Francisco Rocha/G1)
As tartarugas já estão tão acostumadas com os donos, que basta eles aparecerem para elas começarem a exibição. De acordo com o proprietário, as tartarugas são tratadas pela família como animais de estimação.
“Gosto tanto delas que não tenho coragem de vender nem comr. Elas são muito simpáticas, é bonito ver esses animais assim livres e protegidos. Aqui elas tem liberdade para nadar, tomar sol sem se preocupar com os predadores”, diz o proprietário.
Ameaçadas de extinção, as tartarugas criadas em cativeiro devidamente licenciadas pelos órgão de proteção ambiental, ganham liberdade para poder se reproduzir livre dos predadores.
A intenção do piscicultor é chegar a uma quantidade de pelo menos duas mil tartarugas adultas.
Outro grande investimento do piscicultor é a reprodução de pescado. Ao menos sete espécies são reproduzidas na propriedade, entre elas estão o tambaqui, tambatinga, pirapitinga, matrinchã e pacu.
Criação de peixes em Cruzeiro do Sul (Foto: Francisco Rocha/G1)Raimundo também tem criação de peixes  (Foto: Francisco Rocha/G1)
Para melhor aproveitamento no processo de reprodução de novas espécies, as fêmeas que estão prontas para desovar são colocadas em um reservatório com água corrente para que se sinta como se estivesse na natureza. Após a desova, é extraído o sêmen do macho de outra espécie, para fazer a fecundação dos ovos.
Segundo o piscicultor, o tempo de eclosão dos ovos é de 15 a 18 dias. Após o nascimento, as larvas são mantidas em outro reservatório até a formação dos alevinos para que sejam colocados nos tanques para crescimento. Segundo ele, a taxa de sobrevivência dos alevinos é 90% maior que na natureza, porque estão livres de outras espécies que se tornam predadores.
Outro fator que chama atenção é a rapidez no crescimento do peixe criado em cativeiro. Um tambaqui que chega a pesar mais de 50 quilos, leva em média de cinco a oito anos na natureza para se formar em um peixe adulto. No cativeiro, com um ano ele já está pronto para ser pescado.
A explicação, segundo o piscicultor, está na alimentação. “O peixe criado em cativeiro nada pouco e se alimenta mais, enquanto os que vivem na natureza nadam muito à procura de alimentos e comem pouco, isso dificulta no crescimento”, explica.

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