Os feirantes que apostaram em vender milho na véspera do São João no Mercado MunicipalAlbano Franco, Centro de Aracaju, afirmam que ficaram no prejuízo este ano. Segundo eles, o preço é o vilão da queda nas vendas, o produto estaria saindo caro na mão do atravessador, que ainda de acordo com eles, repassa o valor vindo do campo.
A feirante Rosilda Lima investiu R$ 1 mil em milho, e só vendeu R$ 800. “Não sei como vou fazer para contornar esse prejuízo. Tenho que vender o que sobrou para tentar, pelo menos, cobrir o dinheiro que gastei. Ano passado vendi tudo, tenho certeza que o preço alto assustou os clientes. Estou vendendo milho até para quem cria galinha”, diz a feirante Rosilda.
“Compro os milhos que não estão muito bons para o consumo humano, estão estragados. Mas, para as galinhas eles estão ótimos. Hoje passei aqui no mercado em busca desses milhos”, conta Pedro Rodrigues Rocha, criador de galinhas.
“Compro os milhos que não estão muito bons para o consumo humano, estão estragados. Mas, para as galinhas eles estão ótimos. Hoje passei aqui no mercado em busca desses milhos”, conta Pedro Rodrigues Rocha, criador de galinhas.
O preço do milho no Mercado Albano Franco está R$ 30 a mão (50 espigas). O feirante Jeferson dos Santos está vendendo cinco milhos por R$ 7. “Com muito sufoco consegui vender todo o milho que comprei no São João, arrisquei e comprei mais uns sacos para vender por esses dias que antecedem o São Pedro. Para vender tudo tem que ser esperto, fazer promoção e convencer o cliente que o produto é bom”, explica o feirante Jeferson dos Santos.
José Rafael da Silva trabalha como atravessador, compra o milho e depois transporta as espigas do interior do Estado até Aracaju, onde o produto é repassado ao feirante. “Ainda não é possível calcular o prejuízo, mas com certeza vai ser bem grande. Lá no campo, o agricultor está passando o milho muito caro, e eu tenho que repassar o meu preço ao feirante. As espigas que compro e depois vendo são do município de Canindé do São Francisco. Já decidi que no São Pedro não vou trazer milho para o mercado, e nem para lugar nenhum. O homem lá no campo tem que baixar esse preço, caso contrário, nada de milho no São Pedro”, relata o atravessador.
“Estou na expectativa de vender o que sobrou, é preciso ser otimista e trabalhar pesado para garantir o dinheiro quando acabar esse período junino. Vendo milho e amendoim todos os dias aqui na calçada do mercado. Senti que houve sim uma queda, mas ainda não contabilizei para saber o quanto. Prejuízo eu acho que não vou ter, e agora é pensar no São Pedro e vender tudo que sobrou”, conta com expectativa a feirante Derivalda de Jesus.
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