Renan diz que 17 senadores pediram varreduras para identificar grampos

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta segunda-feira (24), durante entrevista coletiva, que 15 dos atuais senadores e dois ex-senadores (durante o exercício do mandato) solicitaram varreduras para identificar grampos em dependências que frequentam.
Na sexta-feira (21), a Polícia Federal prendeu quatro policiais legislativos, entre eles o diretor da Polícia do Senado, suspeitos de prestar serviços de contrainteligência para ajudar senadores investigados na Operação Lava Jato.

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Foto: Arquivo Cristalvox

Segundo Renan Calheiros, os pedidos foram legais e não foram identificadas “anomalias” nas solicitações. “Esses pedidos foram feitos na forma da Constituição e do regulamento do Senado”, afirmou Renan.
“Foram dezenas os pedidos de senadores para detecção de grampos ilegais. Muitos deles são de senadores que sequer eram investigados nem nessa nem em nenhuma outra operação”, afirmou.
“Alguns senadores se sentiam intimidados nas suas relações familiares. Nós tivemos casos de filhinhas de senador que foram brutalmente acordadas pela Polícia e pelo Ministério Público”, disse Renan após ser questionado sobre a motivação dos pedidos de varreduras em casas de senadores.
Depois que a entrevista terminou, a assessoria do Senado distribuiu uma lista dos senadores que fizeram a solicitação de varredura. Na lista, estão os nomes dos seguintes senadores (em ordem alfabética):

- Aloysio Nunes (PSDB-SP)
- Álvaro Dias (PV-PR)
- Ciro Nogueira (PP-PI)
- Eunício Oliveira (PMDB-CE)
- Fernando Collor (PTC-AL)
- Gleisi Hoffmann (PT-PR)
- Ivo Cassol (PP-RO)
- Magno Malta (PR-ES)
- Omar Aziz (PSD-AM)
- Raimundo Lira (PMDB-PB)
- Renan Calheiros (PMDB-AL)
- Simone Tebet (PMDB-MS)
- Tasso Jereissati (PSDB-CE)
- Vicentinho Alves (PR-TO)
- Waldemir Moka (PMDB-MS)

Também solicitaram varreduras quando exerciam mandatos, informou o Senado, dois ex-senadores:

- Lobão Filho (PMDB-MA)
- Vital do Rêgo (PMDB-PB)

José Sarney

Há ainda um procedimento solicitado pelo ex-senador e ex-presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP) fora do mandato parlamentar.
Questionado sobre a solicitação de Sarney, Renan Calheiros afirmou apenas que “não foi detectada nenhuma anomalia” no pedido. “Esses pedidos foram feitos na forma da Constituição e do regulamento do Senado”, declarou. 
O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, que defende Sarney, afirmou que em 6 de julho do ano passado houve uma ordem de serviço para varredura no recém-aberto escritório político do ex-presidente em Brasília. Segundo ele, naquela ocasião Sarney não era investigado na Lava Jato.
De acordo com o advogado, não há irregularidade no pedido de varredura feito por Sarney porque o entendimento do Senado é que, como ex-presidente da instituição, ele tinha direito ao serviço.


Do G1, em Brasília.


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