Como deixar filhos melhores para o mundo ao invés de [apenas] deixarmos um mundo melhor para nossos filhos.

Divulgação Psicoque?
Paremos um instante para pensar no quão impactante para o futuro é educar uma criança .

Certamente esse impacto no mundo, na população terrestre, está fora da possibilidade de ser medido apenas em números. E o impacto em números não é o nosso interesse aqui , nosso interesse está na qualidade desse futuro.

A educação das crianças interfere diretamente no que chamamos de qualidade de vida, e posso dizer mais, interfere direta e certeiramente no futuro da humanidade. Por que digo isso? Porque nós precisamos de um mundo mais inteligente. E não estou falando apenas de inteligência cognitiva, não é uma questão de QI alto, de mentes brilhantes. Eu falo aqui sobre inteligência emocional. 

Precisamos de uma inteligência coletiva, que agregue mais do que individualize. Mas o que é inteligência emocional? É uma forma de inteligência na qual as pessoas conseguem identificar com mais facilidade os seus sentimentos, e os dos outros, e aprendem a lidar de forma saudável com eles.

Nós precisamos de um mundo com habitantes que saibam usar melhor os seus sentimentos, que utilizem-nos para o bem, que sejam sensíveis uns com os outros e com o mundo, que saibam compartilhar emoções, que não tenham medo de sentir. Seres humanos que saibam questionar suas ações, pensar nas consequências dessas para o todo, e não apenas isso, mas que tenham força moral para tomarem as atitudes necessárias e manterem suas opiniões quando perceberem que uma ação irá gerar uma reação negativa para a natureza e os outros seres vivos (humanos ou não). Que saibam recuar diante das inúmeras tentações que nos cercam e corrompem (o poder, o dinheiro, o sucesso), e nos afastam de um mundo mais coletivo, sustentável e saudável para todos.

Otimismo demais? Ideologia demais?

Acho preferível. Melhor o otimismo em relação a ideia de que o investimento no amor, no apoio, na educação de uma criança poderá mudar o futuro do que a incerteza do amanhã com os braços cruzados. Não podemos esperar sentados pela mudança. Nossos filhos estão aqui, nesse momento, pedindo para serem educados, guiados, amados, cuidados, apoiados, e eles nos pedem isso exatamente nesse AGORA em que vivemos. Vamos esperar o quê? Dê amor ao seu filho, cuide, dê limite, proteja, dê bronca, incentive, brinque, ensine, dê exemplo, tenha tempo com ele... A infância é o período de formação da personalidade e da moral da criança, do desenvolvimento cognitivo, motor, do desenvolvimento da linguagem, da descoberta dos sentimentos... Seja o "modelo" de ser humano que você gostaria que seu filho. Se esforce para atingir o seu melhor como pessoa, lembrando-se que um pequeno ser está sempre a olhar para você, admirado, observando tudo o que você faz, colocando-te como a pessoa mais importante da vida dele, pessoa a qual ele em tudo vai se espelhar. Seja para ele aquilo que você gostaria de ver no futuro.


Pense que seu filho é uma pequena esponja e está pronto para absorver tudo envolta. No início ele irá absorver TUDO que estiver ao redor dele, coisas boas e ruins, e irá absorver muito rápido. Porém, quem tem o discernimento, nesse primeiro momento, de separar o bom do ruim e mostrar para aquele pequeno bebê o que é "interessante" para ser absorvido, é você. Portanto, tenha paciência, dedique-se a educação de seu filho. É claro que cuidar de perto do desenvolvimento de uma criança não é uma tarefa simples. Precisamos, antes de tudo, estar atentos a nós mesmos, estar bem conosco. Há uma questão central que, por vezes, é negligenciada: o bem-estar físico e emocional dos cuidadores da criança. Mães, pais, avós, irmãos, parentes, amigos, profissionais, quem quer que sejam os responsáveis, a sua saúde é essencial para o bom desenvolvimento da criança que está sob seus cuidados. Não deixe o cuidado consigo de lado.


Vale lembrar de outra questão também primordial, o papel da escola na educação dos nossos filhos. A escola é uma instituição criada para a prática do ensino formal (respaldado por conteúdos, formas didáticas, certificação, profissionais de ensino, etc) e obrigatório à alunos, sendo administrada por professores. Ainda assim, existem muitos pais e/ou cuidadores que confundem o ensino formal e obrigatório que a escola oferece com a educação que precisa ser aprendida em casa. O ensino formal ofertado pelas escolas é composto por conteúdos pré-estabelecidos, elaborados por profissionais de ensino e transmitidos aos alunos de forma didática. Posteriormente, esses alunos são testados quanto aos conhecimentos aprendidos e, obtendo êxito, são certificados após a conclusão dos cursos propostos pelo Ministério da Educação (MEC). Já a educação seria um processo de ensino-aprendizagem realizado pela sociedade, entre os próprios agentes sociais, ou seja, com as pessoas entre si. No caso de bebês e crianças menores, ocorre nesse primeiro momento, através de seus pais, em uma constante interação e troca de aprendizagens e sentimentos. Assim, a transmissão de valores morais e éticos, a organização e manejo do comportamento, as regras a serem seguidas, enfim, todas essas e outras atividades similares são de responsabilidade da família cuidadora da criança, não cabendo à escola a educação dos nossos filhos nesse sentido.

Para finalizar, quero que pensem novamente sobre a seguinte questão:

Será que é ser realmente otimista demais querer um mundo assim?

Mesmo que seja e independente dos inúmeros desafios apresentados ao longo do desenvolvimento infantil, o qual acompanharemos como pais e responsáveis, no futuro saberemos que valeu a pena quando olharmos nos olhos dos nossos pequenos já crescidos, aqueles com quem dividimos tantas experiências, e percebermos que eles tornaram-se seres humanos de verdade, que compartilham não só sentimentos, mas o mundo em que vivem. Vamos perceber que valeu a pena ter investido na educação de uma nova geração, uma geração que sabe utilizar-se de um "pensamento coletivo" bem estruturado e desenvolvido para deixar o mundo melhor, para otimizar a qualidade de vida e beneficiar o todo, a humanidade.

Por Danielle Caus - CRP 16/4134

Formação: Psicologia

Instituição onde estudou: Faculdade Brasileira - UNIVIX

Área de atuação/Abordagem teórica: Psicoterapeuta Infanto-juvenil, ministra Palestras e Cursos sobre desenvolvimento infantil, realiza Treinamento de Pais.

Cidade onde atua: Vitória - ES
Site: www.fantasticamentedecrianca.com.br

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