O lixo acumulado nas ruas de Aracaju durante todo o dia deste sábado (12) chamou a atenção de moradores dos mais variados bairros da capital. Segundo Cristina Rochadel, assessora de comunicação da Emsurb (Empresa Municipal de Serviços Urbanos), a coleta foi prejudicada pela manifestação do Sindicato dos Agentes de Limpeza (Sindilimp), que impediu a entrada e saída dos veículos de coleta de lixo da empresa Ester Ambiental, empresa que substitui a Torre desde sexta-feira (11).
O representante jurídico do Sindicato dos Agentes de Limpeza afirmou que a Prefeitura de Aracaju prometeu que a empresa Ester Ambiental iria contratar os funcionários da empresa Torre, mas isso não ocorreu até o momento.
“Foi feita uma reunião e a Prefeitura junto com a empresa disseram que os funcionários seriam contratados. Porém, outras pessoas estão sendo contratadas” , afirma Alessandro dos Santos, representante jurídico do Sindilimp.
A empresa Torre em nota esclarece que não tem nada a ver com a manifestação. A assessoria da empresa Cavo, proprietária da Ester Ambiental, enviou uma nota lamentando o bloqueio da entrada da sede, em Nossa Senhora do Socorro, e garantindo que vai cumprir o acordo firmado com a Prefeitura de Aracaju e o Sindicato que representa os trabalhadores, sobre a contratação de funcionários que, porventura, sejam demitidos da Torre. A Cavo esclarece que eles só poderão ser contratados de acordo com a legislação.
Entenda o caso
Na manhã da quinta-feira (10) os funcionários da Torre saíram em caminhada da sede da empresa, no Bairro São Conrado, até a Prefeitura de Aracaju, no Bairro Ponto Novo. Em protesto, eles interromperam o fluxo de veículos em algumas vias como na região do D.I.A.
Com medo de serem demitidos e de não receberem os salários e valores das rescisões, os trabalhadores querem o cancelamento da licitação emergencial feita na quarta-feira (9) onde ficou definido que a Cavo Saneamento e Serviços, que faz parte do Grupo Estre Ambiental, será a responsável pela coleta de lixo e limpeza urbana da capital já a partir desta sexta-feira (11). Portanto, hoje é o último dia em que a Torre realiza essas atividades.
Na prefeitura, eles também pediram o repasse do valor pendente à Torre para que as rescisões contratuais possam ser feitas corretamente, além de solicitar a recontratação dos demitidos na nova empresa.
“Com o fim do contrato a Torre hoje não funcionou e nós do sindicato ficamos sem resposta para dar aos 1,5 mil trabalhadores da limpeza pública só de Aracaju. São pais e mães de família que saem às três horas da madrugada para coletar o nosso lixo. Nesta quinta-feira, às 10h, a Torre entregou um ofício onde diz que a empresa não tem condições de pagar a rescisão contratual dos funcionários porque a prefeitura não repassou o dinheiro que está devendo”, disse Igor Trindade, assessor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Pública e Comercial do Estado de Sergipe (Sindilimp).
“Fomos no início da manhã para porta da empresa, queremos saber, já que estão demitidos, se vão pagar a multa rescisória. Chegou um ofício em nossas mão de que a empresa não tem dinheiro para pagar os trabalhadores, pois a Prefeitura de Aracaju não pagou as faturas. E, agora já vão entrar com outra empresa, sendo que esses trabalhadores nem têm um destino, são 1400 pais de família desempregados. Queremos que o prefeito João Alves Filhos nos receba para uma conversa, pois a atitude tomada foi de covardia”, ressalta Thiago de Santana, diretor fiscal do Sindilimp.
De acordo com a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), a escolha foi feita através de coleta de preço emergencial. O processo de licitação regular começou em setembro de 2015, mas foi suspenso por duas vezes após avaliação do Tribunal de Contas do Estado (TCE). A assessoria de comunicação da Emsurb informou que vai emitir uma nota oficial da empresa em relação ao protesto.
Fonte: G1 SE
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