'Salvo vidas ao falar ao telefone', diz advogado que é voluntário todo dia


Advogado realiza trabalho voluntário através de ligações.
Vontade de ajudar sempre esteve no propósito do advogado.

Flávio AntunesDo G1 SE
Voluntário revela que desafio de equilibrar emocional é árduo, mas satisfatório (Foto: Flávio Antunes/G1)Voluntário revela que desafio de equilibrar emocional é árduo, mas satisfatório (Foto: Flávio Antunes/G1)
A vontade de ajudar sempre esteve no propósito do advogado Acelmar Soares Reis, de 48 anos de idade. Ainda pequeno o advogado conta que o trabalho voluntariado já aflorava quando ele buscava ajudar sua comunidade bem como realizar serviços de caridade pela igreja que frequentava, emAracaju.
“Por volta dos oito, dez anos de idade, eu sentia aquela vontade de fazer algo que não fosse por mim e se pelo próximo. E eu sentia que era de mim mesmo essa vontade. Não foi algo que aconteceu comigo que me fizesse refletir para começar um trabalho voluntário”.
Na adolescência o advogado deu continuidade também a outras ações solidárias. “Com quatorze, quinze também realizei campanhas de Natal em benefício dos mais necessitados, visitas em Asilos e orfanatos”.
O tempo foi passando e Acelmar ficou um tempo afastado do trabalho voluntário. Foi então que uma entrevista na televisão despertou o sentimento de ajudar o próximo através do Centro de Valorização da Vida.
“Passei um tempo parado até o momento que vi uma entrevista que se encaixava no que ultimamente pensava sobre ajudar pessoas. Foi ai que conheci o Centro de Valorização da Vida”.
Segundo o voluntário, o centro trabalha no apoio a pessoas que estão com o emocional abalado. “O trabalho é feito através do telefone 0800-284-4456. A pessoa liga para nós sem precisar se identificar e diante do que ouvimos vamos procurando equilibrar seu emocional”.
O centro funciona todos os dias, das 7h as 22h, em uma sala no Quartel Comando Geral da Polícia Militar. O trabalho é realizado por Psicólogos, advogados, estudantes, donas de casa, aposentados e militares, somando ao todo 26 voluntários.
Acelmar revela que a depressão, solidão e o suicídio, são os maiores motivos das ligações. “tem pessoas que já ligam chorando, outras ficam na linha e permanecem caladas. Existem ligações que conseguimos dar um conforto emocional de cinco a dez minutos, já outros precisam de duas horas. Para isso nos colocamos no mesmo nível da pessoa, usando a mesma linguagem”.
O advogado também conta que esse trabalho tem o reconhecimento de utilidade pública e mesmo sem receber verbas que podem ser destinadas pelos governos, a ação é gratificante.
“Sentimos muita dificuldades em conseguir verbas destinadas ao projeto, mas ainda assim, ficamos felizes em saber que uma simples ligação pode mudar a vida de um ser humano para melhor. Não tem preço receber uma ligação de retorno das pessoas agradecendo o quanto foi importantes nossas palavras. Salvo vidas ao falar no telefone”.

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