Ambulantes fecham ruas do centro em protesto contra a prefeitura

A mudança dos ambulantes que atuam na região dos mercados centrais de Aracaju em favor da mobilidade urbana, tem sido um verdadeiro tormento na vida dos vendedores de frutas, roupas e bijuterias do local.  Tudo por que, segundo os comerciantes, os novos pontos de vendas instituídos pela prefeitura municipal são de difícil acesso e sem nenhuma estrutura para o trabalho. E na manhã desta terça-feira (28) dezenas de feirantes fizeram um protesto, fechando trechos de acesso da avenida Coelho Campos e das ruas Apulcro Mota e Antipas Costa, centro.
Foto: Jonatan Santana/Portal A8SE

As comerciantes Teresinha Lima, Zélia Correia, Joseilda Santos e Luciene Lima contam que, desde a transferência de suas bancas para o primeiro andar do mercado Albano Franco, as vendas diminuíram bastante e, para elas, se continuar assim, a renda de suas famílias sofrerá uma diminuição considerável. 


“Tem cinco dias que mudaram a gente e, até hoje, só consegui vender R$ 22,00. Eu dependo disso para sustentar minha casa e como vou viver se continuar desse jeito? ”, questiona Zélia. “Passei o dia todo com fome, porque o dinheiro que tinha paguei o rapaz para trazer minhas coisas. Como dormir em paz desse jeito? Como pagar as contas? Aqui os clientes não vêm. Estamos numa situação horrível. É como se tivessem nos jogados no lixo”, acrescenta Teresinha.


“Desde quinta-feira que eu só choro. Não sei como vai ser”, lamenta Joseilda. 


Luciene afirma que não entende porque essa decisão foi tomada. “Eles não nos comunicaram nada. Chegaram aqui e mudaram a gente do nada. Nos fizeram de cachorro. Isso não se faz com ninguém. Eu sei que não se pode usar de espaços públicos para comercialização, mas tinham que nos colocar num local de fácil trabalho”, afirma.


Já na área dos vendedores de frutas, que foram relocados para um dos estacionamentos do mercado, a dificuldade é o trânsito. “Os motoristas passam aqui em alta velocidade e o pessoal fica sem ter como chegar nas bancas. Muitos amigos estão perdendo mercadorias justamente pelo problema com as vendas”, relata José Luís.


“Tomei prejuízo de R$ 400,00 somente no final de semana. Ninguém consegue chegar aqui por causa do trânsito e, dessa forma, nossas vendas diminuem”, completa Jussara Batista.


O representante dos ambulantes, Antônio Marcos, explica que as manifestações continuarão até que seja dada uma solução concreta para o problema. “Aqui o local é inviável. Já somamos um prejuízo de R$ 20 mil em mercadorias e não temos condições de arcar com mais prejuízos. Eu sei que será criado um espaço próprio para atuarmos, mas, enquanto não ficar pronto, precisamos de um lugar com melhor estrutura”, pontua.


A prefeitura, através da assessoria de comunicação da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emurb), se pronunciou sobre o assunto e, em nota, explica o real motivo da mudança. “Na intenção de organizar o comércio ambulante do centro de Aracaju, a prefeitura municipal, por meio da Emsurb, migrou ambulantes que comercializam confecções e utilitários para área superior do mercado Albano Franco que foi reformada para receber este público. E os que comercializavam verduras e frutas para a Coelho Campos. A medida é paliativa até a entrega das obras do camelódromo”.


Tumulto


Desde ontem (27) a Polícia Militar e a Guarda Municipal têm atuado nos protestos dos ambulantes, visando evitar qualquer tipo de confusão. Mas, ainda assim, na tarde desta segunda-feira, algumas pessoas se envolveram em discussão com guardas que, de acordo com boletim de ocorrência prestado pelas possíveis vítimas, agentes agrediram uma pessoa com deficiência e seu irmão.


A assessoria de comunicação da GMA informa não ter ciência do ocorrido e explica quais os procedimentos o cidadão deve ter quando qualquer problema dessa espécie acontecer.

“Qualquer pessoa que sinta seus direitos violados pode, sim, fazer uma denúncia que, a partir daí a Ouvidoria encaminha para a Corregedoria que entra com ação administrativa – e, se for o caso, penal – para solucionar o problema. Mas é preciso que a denúncia seja feita junto à Ouvidoria", esclarece o assessor Rogério César. 


Informações do Portal A8 SE.

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