Ex-deputado Raimundo Vieira presta depoimento ao MPE

Com informações Do G1SE
Raimundo Vieira é suspeito de desviar verbas de subvenção da Alese.  (Foto: Reprodução / TV Sergipe)Raimundo Vieira é suspeito de desviar verbas de subvenção da Alese. (Foto: Reprodução / TV Sergipe)













O ex-deputado estadual Raimundo Vieira (PSL), mais conhecido como Mundinho da Comase, prestou depoimento na manhã desta sexta-feira (21) ao Ministério Público Estadual (MPE). Mudinho foi preso no mês passado suspeito de participar do esquema que desviava verbas de subvenção da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese).

Raimundo Vieira prestou esclarecimento ao promotor de justiça Henrique Cardoso. A assessoria de comunicação do MPE disse que não estava autorizada a passar informações à imprensa em torno do caso. O ex-deputado e os advogados não quiseram conversar com a equipe de reportagem do G1.
Entenda o caso
O ex-deputado estadual Raimundo Vieira, conhecido como Mundinho da Comase, foi preso preventivamente no dia 29 de julho no apartamento onde mora na Avenida Hermes Fontes no bairro Luzia, em Aracaju. Ele é investigado no ‘caso subvenções’ que apura o repasse e suposto uso irregular de verbas da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) em 2014, ano eleitoral. Outros dois homens também foram presos por transações financeiras suspeitas relacionadas a Associação Ala Jovem de Lagarto.
Segundo a Procuradoria Regional Eleitoral (PRE), o então deputado Mundinho da Comase repassou R$ 439 mil para a Associação de Proteção e Assistência à Maternidade e à Infância Antônio Vieira Neto que fica no município de Itabaianinha. A contabilidade da instituição era controlada pelo próprio deputado e pela então esposa dele, Maria Cardoso Vieira, vice-presidente da associação. O valor da verba de subvenção deveria ser destinado a entidades beneficentes e a suspeita é que o dinheiro retornou a alguns parlamentares para investimento na campanha.
"O ex-deputado Mundinho da Comase; o Algifranco e o irmão dele, Igor, que são ligados a Associação Ala Jovem de Lagarto. Uma investigação desenvolvida pelo Ministério Público em Lagarto deu origem a uma documentação foi encaminhada para a polícia para a instauração do inquérito. Analisando esses documentos a gente identificou intensas movimentações financeiras feitas por essas pessoas presas em Lagarto que são um professor e um funcionário que ganha muito pouco e movimentava R$ 3 milhões, R$ 4 milhões nas contas. Essa movimentação era de várias associações, não só a Ala Jovem”, explica a delegada Danielle Garcia, do Departamento de Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap).
Segundo a delegada, as provas serviram como base para os pedidos de prisão preventiva dos três suspeitos. A solicitação da polícia foi atendida pelo juízo de Lagarto. “A prisão preventiva não tem prazo pré-estabelecido então a gente vai trabalhar com calma. Os outros presos ainda vão chegar de Lagarto. Quando eles e os advogados chegarem nós vamos conversar com todos. A gente espera que eles colaborem porque a prova é muito forte e muito robusta e a colaboração deles só beneficia a eles mesmos e nos ajuda a desvendar todo esse esquema que desviou milhões de reais da Verba de Subvenção da Assembleia Legislativa”, destaca Danielle Garcia.
Caso subvenções
O repasse e uso das verbas de subvenções são investigados em várias esferas. Na eleitoral, pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) do Ministério Público Federal (MPF) porque a destinação do dinheiro aconteceu em 2014 (ano eleitoral); na criminal, pela Polícia Civil que instaurou inquéritos para apurar a aplicação do dinheiro e improbidade administrativa, pelo Ministério Público Estadual (MPE) que ajuizou Ação Civil Pública (ACP) contra alguns suspeitos pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
“Cada uma das instituições está fazendo a sua parte na investigação desse escândalo gigantesco. As provas mostram claramente que houve um desvio milionário de dinheiro e o que estiver ao alcance da Polícia Civil nós tomaremos todas as providências para apurar as evidências como deve ser”, garante a delegada do Deotap.
Segundo o MPF, alguns deputados estaduais desviaram verbas de subvenções que deveriam ser destinadas a instituições filantrópicas para benefícios em campanhas políticas. Com isso, o órgão abriu procedimentos para investigar os casos. Em dezembro de 2014 a PRE ajuizou 25 ações contra 23 deputados da legislatura vigente à época e uma ex-deputada. O levantamento inicial identificou, segundo a Procuradoria, um desvio de cerca de R$ 12 milhões.

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