Fundo da ONU libera mais de R$ 10 milhões para produção sustentável em comunidades do Sergipe

Em Sergipe, o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola das Nações Unidas (FIDA) financia o projeto Dom Távora, iniciativa do governo do estado para gerar renda e emprego em comunidades rurais. Cerca de 2,2 mil sergipanos já foram beneficiados, e outras 546 famílias de pequenos produtores serão integradas ao programa em sua segunda fase. Investimento da agência da ONU ultrapassará os 10 milhões de reais.
Secretário estadual da Agricultura e Pesca, Esmeraldo Leal (à esquerda), mostra produção de agricultor beneficiado pelo Dom Távora. Foto: Agência Sergipe de Notícias (ANS)/Marcelle Cristinne
Secretário estadual da Agricultura e Pesca, Esmeraldo Leal (à esquerda), mostra produção de agricultor beneficiado pelo Dom Távora. Foto: Agência Sergipe de Notícias (ANS)/Marcelle Cristinne
Implementado pela Secretaria estadual da Agricultura e Pesca (SEAGRI) e com o apoio técnico da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (EMDAGRO), o Dom Távora busca estimular o crescimento agrícola de forma sustentável, apostando nas aptidões de comunidades do Baixo São Francisco e do Semiárido.
Na primeira etapa da iniciativa, oito municípios — Pacatuba, Ilha das Flores, Santana de São Francisco, Neópolis, Graccho Cardoso, Carira, Simão Dias e Poço Verde — passaram a desenvolver atividades nos setores de bovinocultura, ovinocaprinocultura, piscicultura, cultivo de arroz orgânico, apicultura, ração alternativa, agroecologia com produção de sementes e cultivo de hortaliças.
Para o governador do Sergipe, Jackson Barreto, a atual estiagem revela a necessidade e a importância do projeto. “Sinto que chegamos em uma hora muito dramática. A seca está muito forte, devastando lavouras e criando problemas para os pequenos produtores. Mas, por meio desse projeto, nós estamos conseguindo facilitar vida dessas pessoas, que estão inseridas nessa triste realidade”, afirma.
O chefe do Executivo estadual aponta ainda que “o nosso papel é o de promover desenvolvimento com sustentabilidade e, ao mesmo tempo, segurar o homem do campo em sua própria terra, possibilitando uma maior geração de renda para eles e esperança de dias melhores”.
Na nova fase, o programa chegará aos municípios de Tobias Barreto, Pinhão, Carira, Pacatuba, Brejo Grande, Graccho Cardoso e Poço Verde. De acordo com o governo do estado, essa segunda etapa beneficiará aproximadamente 2,7 mil pessoas.

Respeito à vontade das comunidades

O secretário à frente da SEAGRI, Esmeraldo Leal, chama atenção para a parceria democrática com as comunidades participantes. “O que nós construímos com o Dom Távora é respeito absoluto à vontade local. Tem que ser um projeto que já dialoga com a realidade, com essa vontade do grupo de famílias e quem escolhe isso é a comunidade”, explica.
Para Petrônio da Silva, membro da Associação de Pescadores e Agricultores do Assentamento Santana dos Frades, em Pacatuba, o Dom Távora é fonte de esperança para as 60 famílias que criavam peixes apenas para a subsistência. Os trabalhadores do local já executaram o serviço de perfuração da barragem e dos viveiros, e a compra da ração e dos animais está em fase de licitação.
“Há mais de 20 anos a gente trabalha nessa atividade. Nossos viveiros eram feitos a mão, na pá, o poço maior tinha capacidade de 300 alevinos. Com o Dom Távora, a gente vai criar mais de mil peixes, com uma barragem comunitária e 60 viveiros. A gente praticamente só produzia para consumo. Hoje, a gente já pode pensar em gerar renda através da pesca”, comenta o sergipano.
Do Portal da ONU/Brasil

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