Preocupação Excessiva Com A Imagem Prejudica Vida Social

Preocupações exageradas com a aparência podem ser um sinal do chamado Transtorno Dismórfico Corporal (TDC). O alerta é da psicóloga Andreza Machado, do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS). “O TDC é um distúrbio da percepção da própria imagem corporal, a pessoa não consegue se enxergar como ela realmente é, sempre está insatisfeita com o que vê em uma foto, normalmente as tão populares selfies [foto de si mesmo], ou até com o que vê no espelho”, relata.
Foto: Assessoria
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“Se não houver tratamento médico e psicológico, o TDC pode persistir por muito tempo. As pessoas próximas – família e amigos – são as que normalmente sinalizam o problema, já que o próprio indivíduo dificilmente consegue identificá-lo. É preciso fazer a vítima reconhecer que o seu comportamento está senso prejudicial, trazendo angústia, prejuízos na vida social e até mesmo o fato de deixar de aproveitar uma viagem, por exemplo, porque está sempre em busca das melhores fotos de si mesmo, o que pode gerar ansiedade e frustração”, explica.
A psicóloga afirma que o transtorno pode estar associado a outros mais graves, como a anorexia ou bulimia, distúrbios ligados ao desejo fixo pela magreza e à busca pelo corpo ideal. “Outro exemplo são as pessoas que fazem cirurgias plásticas em excesso, sempre em busca da perfeição. Nos homens, um evento comum é a vigorexia, quando eles se engajam em exercícios físicos de forma muito intensa, podendo resultar em lesões e outros prejuízos”, pontua a psicóloga.
Selfies
Andreza chama a atenção ainda para um costume moderno, que é o de tirar foto de si mesmo e buscar audiência em redes sociais. “Em alguns casos, o indivíduo tira mais de cem fotos até escolher a melhor, faz retoques nas imagens e busca aceitação em suas redes sociais. Esse comportamento pode revelar uma autoestima baixa e mostrar como essa pessoa fica sensível a críticas, podendo ainda gerar dificuldades em relacionamentos interpessoais”, detalha.
De acordo com a psicóloga, o Transtorno Dismórfico Corporal nunca aparece sozinho. “Ele pode vir com uma depressão ou com um Transtorno Obsessivo Compulsivo relacionado à imagem perfeita. No entanto, para ser caracterizado como transtorno, o TDC precisa trazer algum tipo de prejuízo na vida da pessoa, atrapalhando a saúde, o trabalho e a vida social”, esclarece Andreza.
Vida social
Quem sofre com o TDC costuma ter preocupações frequentes em situações sociais, sendo comuns as tentativas de camuflagem, como maquiagem, roupas e gestos que “escondam” um defeito. Outros comportamentos característicos são a fixação pelo espelho, ou, o contrário, o fato de evitar espelhos.
Os pacientes que sofrem do transtorno costumam se espelhar em modelos de beleza sustentados pela indústria da moda, publicidade e pelas revistas de beleza. O tratamento pode envolver profissionais como psicólogo e psiquiatra, além do uso de medicação.
Por Andreza Azevedo/Fax Aju

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