Homem acusado de atear fogo em mulher grávida é preso pelo DAGV

 

Jovem grávida tem 60% do corpo queimado; ex-companheiro é suspeito (Foto: arquivo pessoal/ rede social)

Um homem identificado como José Weverton dos Santos Silva, suspeito de atear fogo em sua companheira, que está grávida de cinco meses, foi preso na tarde desta sexta-feira, 5 de novembro, pela equipe do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), após mais de um mês do crime ocorrido. 

Emilly Rione, de 18 anos, teve 60% do seu corpo queimado por seu companheiro durante desentendimento, ocorrido no dia 7 de outubro. A vítima já vinha há algum tempo sofrendo violência físicas e psicológicas recorrentes em um relacionamento abusivo. 

O caso de Emilly tomou notoriedade após um perfil no Instagram relatar a história da vítima. “Um dia resolvi dar um basta na relação e voltar a morar com os meus pais, porém, mesmo estando grávida de 5 meses de uma filha que também é dele, ele ateou fogo no meu corpo em uma covarde tentativa de me matar e matar a nossa filha”, diz um trecho do que foi relatado.

As diligências do caso foram iniciadas a partir do registro do boletim de ocorrência, feito no dia posterior ao crime no DAGV pelos pais da vítima. Após denúncia anônima realizada no dia do crime, policiais se dirigiram até a unidade hospitalar em que Emilly se encontrava, onde a vítima disse que se tratava de um acidente doméstico.

“No outro dia, familiares da vítima compareceram a este departamento dizendo que, posteriormente à saída dos policiais, a vítima conversou com o corpo técnico do hospital e também com uma tia e relatou que mentiu, a princípio, receosa com as ameaças feitas pelo companheiro”, informou Mariana Diniz, delegada e diretora do DAGV.

De acordo com a delegada, no dia do delito, a jovem havia conversado com o companheiro dizendo que tinha interesse em se separar, mas, no momento que estava arrumando as coisas para ir embora para a casa dos pais, o homem, não satisfeito com o término, jogou álcool no corpo dela, acendeu um fósforo e ateou fogo. O próprio suspeito ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e avisou aos pais dela.

A partir das novas informações, o DAGV representou pela prisão preventiva e iniciou as investigações com a celeridade devida, diante da gravidade dos fatos e o risco que a vítima estava exposta.

O Departamento também coletou depoimentos dos genitores e de outras testemunhas e realizou os atos periciais do inquérito, que apontava o companheiro da vítima como principal suspeito da tentativa de feminicídio. Como houve a negativa da vítima a princípio, e só no dia seguinte os pais confirmaram que realmente aconteceu uma tentativa de feminicídio, não foi possível a autuação em flagrante, pois o prazo já tinha passado.

“Aproveito a oportunidade para alertar a todas as vítimas que denunciem o agressor o quanto antes e relatem o fato conforme ocorrido. Neste caso específico, se a vítima, no primeiro momento, tivesse confirmado as agressões, possivelmente nós já teríamos lavrado o auto de prisão em flagrante e ele estaria detido desde então”, alertou Mariana Diniz.

O suspeito pelo crime foi detido no trabalho e está à disposição da Justiça. Ele responderá por tentativa de feminicídio, que deve ser acompanhada por um aumento de pena, pois a vítima está gestante. Segundo a mãe da jovem, ela se encontra internada em hospital particular da capital e os médicos informaram que o estado de saúde de Emilly é delicado.

Com informações da SSP/SE

A matéria foi atualizada às 18h para acréscimo de informações enviadas pela SSP/SE. 

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